«Este livro é para ser lido pelos que sabem que o final do caminho é o Céu.»
- Boa tarde, Frei Marco. Fala-me do teu último livro. Porque é que o intitulaste: «Teresa do Menino Jesus: Profetisa do Amor de Deus»?
Sabes que a dinâmica da vida em Deus se revela no AMOR que Ele nos tem. Teresinha revela-nos isso no seu Pequeno Caminho de Amor Misericordioso que Deus que lhe manifestou; e que ela nos manifestou, porque a sua vocação era ser amor na Igreja. Esta vocação é cumprimento das palavras do seu amado Jesus: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei». Uma vocação assim só pode ser exigente. Por isso e apesar das nossas fragilidades, medos e fadigas, também nós somos chamados a entrar em relação eterna de amor com Deus e devolvê-lo à humanidade.
Por outro lado, as palavras não conseguem explicar este amor vivido, que se revela em movimentos concretos como a ternura, a esperança e a misericórdia. No meu caso, por sentir, nas relações pessoais e nas realidades que o mundo me dá a conhecer, a carência dos afetos, da misericórdia, de cuidado e de respeito entre a pessoas, escolhi Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face para partilhar convosco esta «Fonte que mana e corre» que é a espiritualidade de Teresinha ensinando-nos a ser profetas do Amor de Deus. - Quem é Santa Teresinha para ti?
Foi quem me ensinou a usar ativamente a minha fidelidade criativa – que é um dom de Deus –, como um instrumento de misericórdia orientado pelas divinas mãos, vivendo a minha fé de modo amoroso e desafiando aqueles que não compreendem esta alegre dádiva quotidiana. - Na minha dedicatória, escreveste assim: «Para que Teresinha te ensine a apresentares-te diante de Deus de ‘mãos vazias’». Que querias dizer?
Que tudo é de Deus, nada é nosso. O amor com que amamos é-nos dado por Ele. Por outro lado, que com Deus tudo é possível, sem Ele nada é possível. O maior perigo é pensarmos «que somos o maior da nossa rua»!
Por isso, sempre devemos trabalhar para o outro, e não para o eu. Este perigo está sempre presente. É preciso estar-se vigilante e ter presente que nós não temos nada, somos «mãos vazias», Deus é que nos dá TUDO. - e… 4. Quem é que deveria ler este livro?
Entendo que deveriam lê-lo todos que, mesmo seguindo caminhos diferentes do meu, sabem que o «final de ambos será o Céu», para aprenderem que a centralidade do Amor comunica a verdadeira liberdade que conduz à maturidade da identidade cristã.
Numa humanidade cheia de ansiedades e de receios, este livro orienta-nos para a confiança e o abandono em Jesus Cristo, que supera todos os medos. Procuro alertar para o realismo espiritual e evangélico, para sermos, também nós, profetas do Amor de Deus, presente, próximo e libertador.
Este livro procura ensinar que a nossa meta é chegar a fazer a experiência pessoal com Deus Misericórdia e, a partir dessa experiência, iniciarmos um movimento de mudança de vida, procurando encontrarmo-nos na totalidade da Sua pessoa.